Ermida da Quinta do Pinheiro, Alverca, Alverca, Vila Franca de Xira
Origens de Alverca
História - Origens de Alverca
História - Origens de Alverca
Nas origens de Alverca, os vestígios mais antigos da presença humana na região foram encontrados nas formações geológicas fluviais do chamado terraço quaternário de Alverca, cujo ponto mais elevado se situa na Quinta do Pinheiro. São instrumentos de pedra lascada, os mais antigos dos quais podem datar-se do Paleolítico Inferior. Estes achados confirmam a ocupação dos terrenos junto do Tejo por grupos humanos que deambulavam naquela zona em busca de caça, pesca e recolhiam tudo o que a Natureza lhes punha à disposição.
A partir do Neolítico, com a descoberta da agricultura e da pastorícia, as comunidades ocuparam as elevações sobranceiras dos vales do Tejo e de Vialonga. Junto à Verdelha do Ruivo foram descobertos dois cemitérios dolménicos.
Na época romana, Alverca foi ponto de convergência de duas vias. Uma seguia o vale de Vialonga e era o caminho terrestre privilegiado de acesso a Lisboa (Olisipo) e a outra ladeava o rio, na direcção da actual Póvoa de S.ª Iria. Desta época encontra-se uma lápide funerária na parede exterior da antiga Casa da Câmara.
Fundada pelos árabes no final do século IX, início do século X, seu nome deriva do topónimo «Albirca» ou «Alborca» que significa terra alagadiça. Estes ocuparam a região e desenvolveram-na. Habitavam na colina do Castelo e no sítio do Adarse. Viviam da agricultura, da caça, da pesca e da extracção de sal do qual faziam comércio.
Em 1147, Alverca foi tomada aos muçulmanos, no reinado de D. Afonso Henriques, que a doou aos estrangeiros (cruzados) que o ajudaram na conquista de Lisboa e que a repovoaram. Apesar de não existir a certeza, após a tomada aos muçulmanos, Alverca desenvolveu-se em importância, motivo que no ano de 1160 recebe o foral por parte de D. Afonso Henriques, tendo-lhe sido concedidos privilégios que consolidaram o repovoamento e desenvolvimento.
Na Idade Média, Alverca é Vila e Condado. Caracterizando-se pela existência de herdades, quintas e casais dentro dos seus limites, em 1354 é doada às Capelas de D. Afonso IV, vínculo de cariz religioso que lhe dá a administração pelos tempos fora. No reinado de D. Pedro I, em 1357, surge-nos a Carta de Confirmação do Concelho de Alverca.
O Tejo foi importante no desenvolvimento da vila, nomeadamente pela localização de três portos, na desembocadura do mesmo número de esteiros, através dos quais se fazia a comunicação de pessoas e bens.
A produção agrícola local baseava-se na cultura de cereais (trigo, cevada, milho), pomares (laranja), vinhas e oliveiras, pondo em movimento 12 azenhas, 30 lagares de vinho e 12 lagares de azeite. A oliveira em toda a região foi das árvores de enorme importância. Os Padrões do Termo de Lisboa, localizado já no limite da freguesia, referem que a “estrada real” era circundada por oliveiras, cujo o azeite se destinava à iluminação pública.
Em 1795, no reinado de D. Maria I é criado o lugar de Juiz de Fora em Alverca.
Durante estes três séculos a vila de Alverca vê construírem-se imóveis de grande importância: 1530 o Pelourinho, em 1597 a Misericórdia e Hospital com sua igreja, em 1687 é reconstruído a igreja Matriz e em 1764 a Casa da Câmara. No século XVIII existiu o Convento das Carmelitas de S. Romão, o Convento Dos Capuchos de St.º António, a ermida da Nossa Senhora do Bom Sucesso, a ermida da Nossa Senhora da Piedade no Adarse, a ermida de Santo António na Cumeira, a ermida de S. Clemente em Arcena, a ermida da Nossa Senhora da Praça na Proverva e três fontes. A fonte de Alverca, a fonte do Carapito e a fonte de Á-dos-Potes.
O século XIX para Alverca foi o século da mudança. É neste século que se dão alguns factos muito importantes que a longo prazo, viriam a mudar o cariz da Vila. A população no ano de 1801 é de 1642 habitantes.
Em 24 de Outubro de 1855 é extinto o Concelho de Alverca, passando a integrar o de Vila Franca de Xira.
No ano seguinte, em 28 de Outubro de 1856, Alverca foi das localidades pioneiras a ser servida pelos caminhos-de-ferro, quando D. Pedro V inaugurou a primeira linha ferroviária de Santa Apolónia ao Carregado, passando esta por Xabregas, Olivais, Póvoa, Alverca, Vila Franca de Xira e Castanheira.
Alverca, em 1886 tem a primeira iluminação pública. Era a petróleo, com lampiões presos às paredes por uma consola de ferro.
Em 1892, na Quinta da Figueira, é inaugurada uma “Fábrica Têxtil”, a primeira unidade fabril de vulto em Alverca, empregando 74 operários.
Inicio do Sec. XX
História de Alverca - Inicio do Século XX
História de Alverca - Inicio do Século XX
Alverca não acusa grandes modificações no seu quadro de vida. A população cresce lentamente de 1642 habitantes em 1801, para 1973 habitantes no ano de 1900. A vida económica mantém os seus traços dominantes, que eram a agricultura, a pesca, o sal, a criação de gado, os fornos de cal e os lagares de azeite.
Terra agrícola por excelência, fértil em água, as suas férteis planícies e aprazíveis quintas produziam em abundância produtos agrícolas.
Além dos pomares que produziam toda a fruta própria para a região da qual se destacava a laranja pela sua qualidade, as árvores que predominavam eram o pinheiro e a oliveira, cujas azeitonas se extraía excelente azeite.
Com a cultura da vinha, também se produzia vinho de muito boa qualidade.
Na criação de gado, predominava o porco, as vacas leiteiras, as cabras e ovelhas, das quais com o seu leite se fabricavam queijos.
Os queijos fabricados em Alverca, criaram fama em quase todo país. Nos últimos anos do século XIX o fabrico de queijo era quase exclusivo do lugar da Arcena, terra de grandes agricultores e lavradores.
No ano de 1930, a industria caseira do queijo progrediu com a instalação de uma fábrica de queijos, a qual laborou até aos anos 70.
Com a industrialização da zona, os grandes rebanhos são praticamente uma recordação. Hoje apenas alguns proprietários resistem ao avanço de modernidade e teimam em fabricar, em condições precárias, os queijos que já foram uma das bandeiras da região.
Outra riqueza de grande importância foi a extracção do sal. As salinas junto ao Tejo, contribuíram grandemente para a economia da região. As salinas remontam ao tempo dos árabes, que na altura já exploravam e comercializavam o sal. A extracção era feita em duas marinhas. A marinha da Quintela e a marinha da Quinta das Drogas. Nelas se empregavam dezenas de salineiros durante a época da safra, no Verão, extraindo-se mais de 13000 toneladas de sal por época. O sal extraído era de boa qualidade e empregava-se na indústria e alimentação. A extracção do sal exigia métodos e instrumentos próprios, talvez mais do que outras actividades, esta ligava os trabalhadores à terra e ao rio, numa terra de tradição alagadiça. Com o prolongamento do Campo de Aviação e a implantação de industrias, foram substituindo as salinas e secundarizando a sua importância.
Em 1918, é criado o Parque de Material Aeronáutico, que se instala entre a via-férrea e o Tejo, passando em 1928 a designar-se Oficinas Gerais de Material Aeronáutico, que desde logo, desempenha um importante papel no emprego e fixação da população. Em 1918 empregava 150 trabalhadores, 366 trabalhadores em 1930 e 1025 trabalhadores em 1958. Porém, é a partir da 2ª Guerra Mundial que as indústrias se instalam massivamente na zona, e onde se assiste a uma explosão demográfica.
Pós II Guerra Mundial
História de Alverca - Pós II Guerra Mundial
História de Alverca - Pós II Guerra Mundial
A população em 1930 sobe para 3346 habitantes, dando-se o grande aumento da população na segunda metade deste século. 4665 Habitantes em 1950, 15000 habitantes nos anos 70, 23706 habitantes em 1992 e 32000 habitantes no ano 2000.
Em 28 de Maio de 1961, é inaugurado o primeiro troço da Auto-Estrada do Norte, com um nó de acesso próximo do núcleo urbano de Alverca, que reforça a acessibilidade à capital.
Em 16 de Junho de 1963, foi inaugurado o primeiro posto da Guarda Nacional Republicana no edifício da antiga Casa da Câmara.
Alverca, em 1968 tem na freguesia 33 indústrias, tornando-se um dos grandes baluartes da economia nacional em virtude das indústrias, aqui instaladas, serem de vital importância.
Terra de situação privilegiada, desde os seus bons ares até aos meios de comunicação, tornou-se com os novos planos de urbanização moderna e confortável.
Paralelamente, os lugares progrediram ou acompanharam o desenvolvimento, mas a agricultura, pelo contrário, tem vindo a diminuir em toda a freguesia.
Todo desenvolvimento contribui para que hoje Alverca seja conhecida não só pelos saborosos e afamados queijos de ovelha, os seus bolos de Natal e os aviões.
Enfim, com todo este progresso e por direito próprio, Alverca foi elevada à categoria de CIDADE em 9 de Agosto de 1990.
Apesar de ao longo do tempo se terem perdido muitos testemunhos históricos e culturais relativos à região, a cidade de Alverca oferece hoje alguns motivos de interesse e que deveriam ser visitados e preservados por todos nós, como o Museu do Ar. Situa-se junto da estação de Caminhos de Ferro e das Oficinas Gerais de Material Aeronáutico. Museu de carácter nacional, possui um muito bom espólio relativo à Historia da Aeronáutica em Portugal.
Alverca é hoje uma Cidade em pleno desenvolvimento, recheada de várias instituições sociais, tais como lares de idosos e infantários e de grandes estabelecimentos comerciais, demonstrando que Alverca é jovem: tem esperança e confiança no progresso e num futuro melhor.